O PAPEL DA CULTURA ORGANIZACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO DA SUSTENTABILIDADE: O CASO DE UM CAMPUS UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO

Resumen

O presente trabalho teve como intuito analisar a sustentabilidade no Campus da UFMS/CPAQ unidade de Aquidauana/MS, visto que essas Instituições de Ensino Superior (IES) também podem ser responsáveis por danos ambientais nas comunidades em que estão inseridas. Assim, o objetivo foi verificar como a cultura organizacional influencia a implantação de políticas sustentáveis. Teve como método de estudo a técnica de pesquisa qualitativa, realizada por meio de um estudo de caso, com dados coletados a partir de análise documental, observação direta participante e entrevista semiestruturada, e analisados a partir de uma postura interpretativa, utilizando-se da técnica de triangulação de dados. O estudo concluiu que para o desenvolvimento de uma cultura orientada à sustentabilidade é necessário que a gestão do campus levante a discussão sobre o tema e, desta forma, possa apropriar-se das ações institucionais no estabelecimento de seus próprios objetivos. Neste sentido este estudo apresentou um plano de ações que proporciona uma opção para o norteamento deste processo.

Biografía del autor/a

Leiza Inara Vargas dos Santos, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

Mestre em Administração Pública (UFMS/ESAN)

Morelle Maykon Monteiro Mello, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Graduado e Especialista em Administração (UFMS/CPAR)

Adriano Alves Teixeira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Está cursando seu segundo Pós-doutorado na Universidade de São Paulo (FEAR-USP- 2018-2019). Possui Pós-doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp (2016), Doutorado em Ciências no Programa de Administração de Organizações pela Universidade de São Paulo - FEA-RP-USP (2014), Mestrado (2010) e Especialização (2008) em Engenharia de Produção pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp, Graduação em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Toledo - UniToledo e em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Claretiano. Atualmente é Professor Adjunto Doutor na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Câmpus de Paranaíba MS.

Jorge Henrique Caldeira-Oliveira, Universidade de São Paulo

É Professor Livre Docente do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), campus de Ribeirão Preto, em regime efetivo e integral (RDIDP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação (mestrado e doutorado acadêmico) em Administração de Organizações da FEA-RP/USP (PPGAO/FEARP/USP). É supervisor de Pós-doc do Programa de Pós Doutoramento da FEARP. É Chefe do Departamento de Administração (2018 a 2020 - RAD-FEARP). 

Citas

Aktouf, O. (1994). O simbolismo e a cultura de empresa: dos abusos conceituais às lições empíricas. In: Chanlat, Jean-François. O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Atlas, (2). 39-79.

Alshuwaikhat, H. M. & Abubakar, I. (2008). An integrated approach to achieving campus sustainability: assessment of the current campus environmental management practices. Journal of Cleaner Production, 16(16), 1777-1785.

Aquino, C. P. de. (1992). Administração de recursos humanos: uma introdução. São Paulo. Atlas.

Bansal, P. (2005). Evolving sustainably: A longitudinal study of corporate sustainable development. Strategic Management Journal, 26(3), 197-218.

Baumgartner, R. J. (2009). Organizational culture and leadership: Preconditions for the development of a sustainable corporation. Sustainable Development, 17(2), 102-113.

Baumgartner, R. J. & Zielowski, C. (2007). Analyzing zero emission strategies regarding impact on organizational culture and contribution to sustainable development. Journal of Cleaner Production, 15(13), 1321-1327.

Bento, A. M. & Ferreira, M. R. D. (1983). A prática da pesquisa em ciência social: uma estratégia de decisão e ação. Revista de Administração Pública, 17(4), 4-39.

Bergamini, C.W. (2006). Motivação nas organizações. 4ª ed. São Paulo: Atlas.

BRASIL. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil¸ de 5 de outubro.

______. (1996). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

______. (2006). Decreto Nº 5.773, de 9 de maio de 2006. Dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino.

______. (2008). Lei Nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências.

¬¬¬

______. (2010) Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

______. (2012). Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instrução Normativa Nº 10, de 12 de novembro de 2012. Estabelece regras para elaboração dos Planos de Gestão de Logística Sustentável de que trata o art. 16, do Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012, e dá outras providências.

______. (2012). Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Portaria Interministerial Nº 244, de 6 de junho de 2012. Institui o Projeto Esplanada Sustentável – PES.

______. (2012). Decreto Nº 7.746, de 5 de junho de 2012. Estabelece critérios e práticas para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional e pelas empresas estatais dependentes, e institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública – CISAP.

Cameron K. S. & Quinn, R. E. (2006). Diagnosing and changing organizational culture: based on the competing values framework. São Francisco, Jossey-Bass.

Casagrande, R. M. & Machado, D. D. P. N. (2016). Cultura Organizacional como Fator Complementar às Dimensões Culturais de Hofstede. Revista Pretexto, 17(4), 81-94.

Chaves, V. L. J. & Amaral, N. C. (2014). Política de financiamento da educação superior – análise dos Planos Nacionais de Educação pós-constituição/1988. Revista Eletrônica de Educação, 8(1), 43-55.

Chanlat, J. F. (1996). Por uma antropologia da condição humana nas organizações. In: Chanlat, J. F. (Org.). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. 3ª ed. São Paulo: Atlas.

Collins, F. L. (2010). International students as urban agentes: international education and urban transformation in Auckland, New Zealand. Geoforum, 41(6), 940-950.

Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CMMAD. (1988). Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.

Cortese, A. D. (2003). The critical role of higher education in creating a sustainable future. Planning for Higher Education, 31(3), 15-22.

Crane, A. (2000). Corporate greening as amoralization. Organizational Studies, 21(4), 673-693.

Dunphy, D. C., Griffiths, A. & Benn, S. (2003). Organizational change for corporate

sustainability: A guide for leaders and change agents of the future. Londres: Routledge.

Ekins P., Simon S., Deutsch, L., Folke, C. & De Groot, R. (2003). A Framework for the practical application of the concepts of critical natural capital and strong sustainability. Ecological Economics, 44(2-3), 165-185.

Elkington, J. (1994). Towards the sustainable corporation: Win-win-win business strategies for sustainable development. California Management Review, 36(2), 90-100.

Elton, L. (2003). Dissemination of innovations in higher education: a change theory approach. Tertiary Education and Management, 9(1), 199-214.

Flick, U. (2009). An introduction to qualitative research. 4 ed. Londres: Sage, 518 p.

Freitas, A. B. (1997). Traços brasileiros para uma análise organizacional. In: Motta, F. C. P. (Org.). Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas.

Freitas, M. E. (1991) Cultura organizacional: formação, tipologias e impactos. São Paulo: Makron Books, 1991.

Hannan, M. T. & Freeman, J. (1977). The population ecology of organizations. American Journal of Sociology, 82(5), 929-964.

Harris, L. & Crane, A. (2002). The greening of organizational culture: management views on the depth, degree, and diffusion of change. Journal of Organizational change Management, 15(3), 214-234.

Hasna, A. M. (2010). Sustainability classifications in engineering: discipline and approach. International Journal of Sustainable Engineering, 3(4), 258-276.

Hofstede, G. (1991). Cultures and Organizations: Software of the Mind. Londres: McGraw-Hill.

Junior, B. R. S. (1989). Universidade e Sociedade. In: Vahl, T. R., Junior, V. M. & Finger, A. P. (orgs). Desafios da administração universitária. Trabalhos apresentados no Seminário Internacional de Administração Universitária (1989). Florianopolis: ed. UFSC.

Lee, H. & Choi, B. (2003). Knowledge management enablers, process, and organizational performance: an integrative view and empirical examination. Journal of Management Information Systems, 20(1), 179-228.

Linnenluecke, M. K. & Griffiths, A. (2010). Corporate sustainability and organizational culture. Journal of World Business, 45(4), 357-366.

Linnenluecke, M. K., Russel, S. V. & Griffiths, A. (2009). Subcultures and sustainability practices: The impact on understanding corporate sustainability. Business Strategy and the Environment, 18(7), 432-452.

Lozano, R. (2006). Incorporation and institutionalization of SD into universities: breaking through barriers to change. Journal of Cleaner Production, 14(9-11), 787-796.

Lozano, R., Ceulemans, K., Alonso-Almeida, M., Huisingh, D., Lozano, F. J., Waas, T., Lambrechts, W., Lukman, R. & Hugé, J. (2014). A review of commitment and implementation of sustainable development in higher education: results from a worldwide survey. Journal of Cleaner Production, 108, 1-18.

Morgan, G. (1996). Imagens da Organização. São Paulo: Atlas.

Pires, J. C. S. & Macêdo, K. B. (2006). Cultura organizacional em organizações públicas no Brasil. Revista de Administração Pública, 40(1), 81-105.

Porter, T., Gallagher, V. C. & Lawong, D. (2016). The greening of organizational culture: revisited fifteen years later, American Journal of Business, 31(4), 206-226.

Posner, S. M. & Stuart, R. (2013). Understending and advancing campus sustainability using a system framework. International Journal of Sustainability in Higher Education, 14(3), 264-277.

Purser, R. E. & Petranker, J. (2005). Unfreezing the future: exploring the dynamic of time in organizational change. Journal of Applied Behavioral Science, 41(2), 182-203.

Schein, E. H. (2009). Cultura organizacional e liderança. São Paulo: Atlas.

Scott, J. A. (1990). Matter of record: documentary sources in social research. Cambridge: Polity,1990.

Slimane, M. (2012). Role and relationship between leadership and sustainable development to release social, human, and cultural dimension. Social and Behavioral Sciences, 41, 92-99.

Severino, A. J. (2007). Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez.

Siehl, C. & Martin, J. (1984). The role of symbolic management: how can managers effectively

transmit organizational culture. In: Hunt, J. G., Hosking, D. M., Schriesheim, C. A. & Stewart, R. (Orgs). Leaders and Managers: International Perspectives on Managerial Behavior and Leadership, Nova York: Pergamon Press.

Sylvestre, P., Mcneil, R. & Wright, T. (2013). From Talloires to Turin: A Critical Discourse Analysis of Declarations for Sustainability in Higher Education. Sustainability, 5(4), 1356-1371.

Tauchen, J. & Brandli, L. L. (2006). A gestão ambiental em instituições de ensino superior: modelo para implantação em campus universitário. Gestão e Produção, 13(3), 503-515.

UFMS. (2014). Conselho Diretor. Resolução Nº 124, de 9 de outubro de 2014. Implementa o Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS) da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

UFMS. (2014). Pró-Reitoria de Infraestrutura. Instrução de Serviço Nº 196, de 28 de novembro de 2014. Instituir o Sistema de governança da sustentabilidade da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS Sustentável).

UFMS. (2017). Relatório de Gestão do Exercício 2017. Campo Grande, 2018. Disponível em: <https://www.ufms.br/wpcontent/uploads/2018/03/14.Relat%C3%B3rio_de_Gest%C3%A3o%E2%80%93Exerc%C3%ADcio_2017-1.pdf>. Acesso em: 19 abr 2018.

UNESCO. (1998). World Declaration on Higher Education for the Twenty-First Century: Vision and Action. World Conference on Higher Education, Paris, França, 5-9 out.

UNESCO. (1999). Educação para um futuro sustentável: uma visão transdisciplinar para ações compartilhadas. Brasília: Ed. Ibama.

Velazquez, L., Munguia, N., Platt, A. & Taddei, J. (2006). Sustainable university: what can be the matter? Journal of Cleaner Production, 14(9), 810-819.

Wright, T. S. A. (2002). Definitions and frameworks for environmental sustainability in higher

Education. International Journal of Sustainability in Higher Education, 3(3), 203-220.

Publicado
2020-09-24
Sección
Artigos