ORGANIZAÇÃO PARA INOVAÇÃO: INTEGRANDO ESTRATÉGIA, ESTRUTURA E PROCESSOS DE GESTÃO

  • Glicia Vieira Programa de Pós-Graduação e Engenharia e Desenvolvimento Sustentável (PPGES/CT/UFES)
  • Ruy Quadros Programa de Pós-Graduação em Política Científica e Tecnológica (DPCT/IG/UNICAMP)
Palavras-chave: Estrutura, estratégia, gestão da inovação tecnológica

Resumo

O objetivo deste ensaio teórico foi compreender se existe conexão entre estratégia, estrutura e processos para a gestão da inovação tecnológica. Para tanto, a estratégia de pesquisa utilizada compreendeu revisão de literatura (nacional e internacional), para aprofundar a compreensão do fenômeno estudado. Os resultados da pesquisa teórica mostram que existe uma relação entre estratégia, estrutura e processos de gestão para a inovação e, ainda, que tais elementos se imbricam mutuamente (co-evoluem). Isto porque, ao lidarem com os desafios colocados pela competitividade em seu ambiente (setor/mercado) de atuação, as empresas formulam estratégias que dependem da exploração de seus recursos e capacidades e, ainda, de sua habilidade de se organizar para explorá-los. Para isso, as empresas formalizam estruturas, sistemas de controles gerenciais e políticas de recompensas para colaboradores, os quais estarão implicados em e dos quais dependerão tais mudanças. Socialmente construídos com base em suas especificidades, tais arranjos perseguem a implementação. Eles são uma aposta para o êxito de sua estratégia, podendo resultar em vantagens competitivas sustentáveis.

Biografia do Autor

Glicia Vieira, Programa de Pós-Graduação e Engenharia e Desenvolvimento Sustentável (PPGES/CT/UFES)
Graduação em Administração (UFES, 1996), mestrado em Política Científica e Tecnológica (UNICAMP, 1999) e doutorado em Ciências Sociais (UNICAMP, 2005). Professora adjunta do Departamento de Administração da Universidade Federal do Espírito Santo (DADM/CCJE/UFES). Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Desenvolvimento Sustentável (PGES/CT/UFES). Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Ciência, Tecnologia, Organizações e Inovação (GECITI/DADM/UFES). Editora Científica da RAE - Revista de Administração de Empresas. Editora Associada da G&R - Revista Gestão & Regionalidade. Editora de Área da Revista Gestão & Conexões. Pesquisadora do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT/IG/UNICAMP) e do Laboratório de Gestão da Tecnologia e Inovação (LabGETI/DPCT/UNICAMP). Líder da área de "Temas Emergentes em Inovação" da Divisão Acadêmica GCT - Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação do EnANPAD (biênio 2015-2016). Atua na área de Organizações, com ênfase em Gestão Estratégica da Inovação Tecnológica.
Ruy Quadros, Programa de Pós-Graduação em Política Científica e Tecnológica (DPCT/IG/UNICAMP)
Graduação em Administração de Empresas (EAESP/FGV, 1974), mestrado em Ciência Política (UNICAMP, 1980), doutorado em Economia do Desenvolvimento (University of Sussex, UK, 1993) e livre-docência (UNICAMP, 2002). Professor Titular do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (DPCT/IG/UNICAMP). Coordenador do Laboratório de Gestão da Tecnologia e Inovação (LabGETI/DPCT/UNICAMP).

Referências

ALBURQUERQUE, E.M. "Sistema nacional de inovação no Brasil: uma análise introdutória a partir de dados disponíveis sobre a ciência e a tecnologia". In: Revista de Economia Política, v.16, n.3 (63), jul.-set. 1996.

BARBOSA, L. (2002). Cultura e Empresas. Ed. Jorge Zahar. Coleção Ciências Sociais Passo-a-passo, 55p.

BARNEY, J.; HESTERLY, W.S. (2008). Administração Estratégica e Vantagem Competitiva. Pearson Prentice Hall Editora.

BESSANT, J.; TIDD, J (2009). Inovação e Empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 512p.

BUENO, B. BALESTRIN, A. (2012). “Inovação Colaborativa: uma abordagem aberta no desenvolvimento de novos produtos”. In RAE, São Paulo, v. 52, n. 5, set./out. 2012, p. 517-530.

BURNS, T.; STALKER, G.M. (1961). The Management of Innovation. London: Tavistock.

CASTELLS, M. (1999). A Sociedade em Rede. Paz e Terra, São Paulo.

CHANDLER Jr, A.; DAEMS, H. (1994). Hierarquias de Gestão: perspectivas comparativas sobre o moderno desenvolvimento da empresa industrial. Oieiras: Celta Editora.

CHANDLER Jr, ALFRED, D. (1987). La Mano Visible: La Revolución en la dirección de la empresa norteamericana, Centro de Publicaciones do Ministerio de Trabajo y Seguridad Social, España. Pp. 15-28 e 339-395.

CHESBROUGH, H. W. (2007). Why companies should have open business models. In: Sloan Management Review, vol. 48, n. 2, pp. 22-28.

CHESBROUGH, HENRY (2011a). Inovação Aberta. Bookman Editora, 258p.

CHESBROUGH, HENRY (2011b). Modelos de Negócios Abertos: como prosperar no novo cenário de inovação. Bookman Editora, 248p.

CHILD, J. (1997). Strategic Choice in the Analysis of Action, Structure, Organizations and Environment: Retrospect and Prospect. In: Organization Studies, January 1997 18: 43-76.

CLEGG, S.; KORNBERGER, M.; PITSIS, T. (2011). Administração e Organizações: uma introdução à Teoria e à Prática.. Porto Alegre: Bookman, 672p.

COOPER, R. G.; EDGETT, S.; KLEINSCHMIDT, E. J. (2002a). Optimizing the stage-gate process: what best practice companies are doing? Part 1. In: Research Technology Management, v. 45, n.5.

COOPER, R. G.; EDGETT, S.; KLEINSCHMIDT, E. J. (2002b). Optimizing the stage-gate process: what best practice companies are doing? Part 2. In: Research Technology Management, v. 45, n. 6.

DAVILA, T.; EPSTEIN, M.; SHELTON, R. (2009). As Regras da Inovação. Porto Alegre: Bookman, 336p.

ERIKSSON, M.; NIITAMO, Veli-Pekka; KULKKI, Seija;

HRIBERNIK, Karl A.. (S/d) Living Labs as a Multi-Contextual. In: R&D Methodology. 8p.

FERREIRA, V. L.; SALERNO, M. S.; LOURENÇÃO, P.T.M. (2011). As estratratégias na relação com fornecedores: o caso Embraer. In: Gestão & Produção, v. 18, n.2, p.221-236.

FLEURY, A.; FLEURY, M. T. (1995). Aprendizagem e Inovação Organizacional: as experiências de Japão, Coréia e Brasil. São Paulo: Atlas, 237p.

FINEP (2005). Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3ª. edição. OCDE: FINEP. 184p. Disponível em: http://www.mct.gov.br/upd_blob/0026/26032.pdf. Acesso em 23/12/2015.

FREEMAN, Chris; SOETE, Luc (2008). “A inovação e as estratégias das firmas”. In: A Economia da Inovação Industrial. Editora Unicamp, cap. 11, pp. 455-494.

HUSTON, L. SAKKAB, N. (2006). Connect and develop. Inside Procter & Gamble's new model for innovation. In: Harvard Business Review, March, pp. 1-9.

LAM, A. (2005). Organizational Innovation. In: FAGERBERGER, J.; MOWERY, D.C.; NELSON, R.R. (2004). Handbook of Innovation, Oxford University Press, pp. 1-45.

LAWRENCE, P.R. ; LORSCH, J.W. (1973). As Empresas e o Ambiente. Petrópolis: Vozes, 300p.

LAZONICK, W. (2005). The Innovative Firm. In: FAGERBERGER, J.; MOWERY, D.C.; NELSON, R.R. (2004). Handbook of Innovation, Oxford University Press, Cap 1, Pp. 29-55.

MALDANER, L.F. (2004). O Sistema Nacional de Inovação: um estudo comparado Brasil x Coreia do Sul. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade do Vale dos Sinos. São Leopoldo, 207p.

MORGAN, G. (1996). Imagens da Organização. São Paulo: Atlas.

MOTTA, F.C.P. (1976). Estrutura e Tecnologia: a contribuição britânica. In: Revista de Administração de Empresas, Rio de Janeiro, 16(1): 7-16, jan./fev..

MOTTA, F.C.P. (1981). O que é Burocracia. São Paulo: Abril Cultural / Brasiliense. 112p.

MOTTA, F.C.P.; PEREIRA, L. B. (1991). Introdução à Organização Burocrática. 7ª. Edição. São Paulo: Brasiliense. 310p.

OCDE (2008). Open Innovation in Global Networks. Cap. 1, pp. 17-48.

POWELL, W; DiMAGGIO, P. (1991). The New Institutionalism in Organizational Analysis. Chicago: The University of Chicago Press.

PUGH, D. S.; HICKSON, D. J. (2004). Os Teóricos das Organizações. Rio de Janeiro: Qualitymark. 226p.

QUADROS, R. (2005). Padrões de gestão da inovação tecnológica em empresas brasileiras: as diferenças por tamanho, nacionalidade e setor de negócios. Relatório de Pesquisa para o CNPq, DPCT/UNICAMP, Campinas.

QUADROS, R. (2006). Padrões de gestão da inovação tecnológica em empresas brasileiras: as diferenças por tamanho, nacionalidade e setor de negócios, Relatório de Pesquisa para o CNPq, DPCT/UNICAMP, Campinas.

QUADROS, R. (2008). Aprendendo a Inovar: Padrões de Gestão da Inovação Tecnológica em Empresas Industriais Brasileiras. Artigo preparado para ser apresentado no Seminário de Doutorado do Departamento de Política Científica e Tecnológica, agosto de 2008, 30p.

QUADROS, R; VIEIRA, G. (2008, 2009, 2010). Gestão Estratégica de P&D na CEB – Companhia Energética de Brasília. III Relatório Quadrimestral – versão enviada à ANEEL. Digitados.

QUADROS, R; VILHA, A. M. (2006). Tecnologias de Informação no Gerenciamento do Processo de Inovação. Revista Fonte – PRODEMGE – Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais, Ano 3, Nº. 6, Minas Gerais, jul/dez, pp. 129-133.

SCHUMPETER, J. A. (1984). “Processo de Destruição Criativa”. In: SCHUMPETER, J. A. (1984). Capitalismo, Socialismo e Democracia, Zahar Editores S.A., Rio de Janeiro, cap. 7, pp. 110 a 116.

TAKAHASHI, S.; TAKAHASHI, V. P. (2011). Estratégica de Inovação – oportunidades e competências. Editora Manole. 418p.

TIDD, J., BESSANT, J. e PAVITT, K. (2008). “Aprendendo por meio de alianças”. In: Gestão da Inovação. Porto Alegre: Bookman, 3a. edição, cap. 8, pp. 305-366.

TIGRE, Paulo Bastos. Gestão da inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier: Campus, 2006. xvi, 282 p., (broch.)

TRAGTENBERG, M. (1977). Burocracia e Ideologia. 2ª. edição. São Paulo: Ática.

TUCCORI, S. R. M. ; LUPPI JUNIOR, E. ; CARVALHO, R. Q. ; SANTOS, G. V. dos (2014). Colaboração Para Inovação Tecnológica: escolhas e decisões que fazem a parceria funcionar. In: Future Studies Research Journal, v. 6, p. 172-220.

VARGAS, N. (2008). Organizações em Ambientes Internacionais Turbulentos: estudo de uma construtora multinacional brasileira. Tese de Doutorado apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. 161p.

VASCONCELLOS, E. (2008). Internacionalização, Estratégia e Estrutura: o que podemos aprender com o sucesso da Alpargatas, Azaléia, Fanem, Odebrecht, Voith e Volkswagen. São Paulo: Atlas.

VASCONCELLOS, E.; HEMSLEY. J. R. (2009). Estrutura das Organizações. São Paulo: Cengage Learning.

VILHA, A. M. (2009). Gestão da Inovação na Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos: uma análise sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável. Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT/IG/UNICAMP), Campinas (SP), 2009.

VON HIPPEL, E. (2005). Democratizing Innovation, The MIT Press, Cambridge – MA, cap 1, pp 1-19.

WOODWARD, J. (1977). Organização Industrial: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 262p.

Publicado
2017-07-27
Seção
Artigos