AS CONSTRUÇÕES DAS ABORDAGENS CONCEITUAIS DE CIDADES SUSTENTÁVEIS E INTELIGENTES PARA SUPERAR OS DESAFIOS DOS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Palavras-chave: Gestão Pública, Políticas Públicas, Sustentabilidade, Planejamento Urbano Sustentável, Tecnologias da Informação e Comunicação

Resumo

Os recentes arranjos de cidades têm chamado a atenção dos atores, que atuam no tríplice hélice, para o atendimento dos desafios coletivos centrados nos ambientes urbanos. O termo cidades sustentáveis e inteligentes propõe dois eixos de estudos: as abordagens conceituais; e as abrangências práticas sobre os processos decisórios dos gestores públicos. O termo também guarda relação direta com os desafios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente, aqueles em relação às cidades e comunidades sustentáveis. Sob esta perspectiva, este estudo objetiva analisar as abordagens conceituais dos termos cidades sustentáveis, cidades inteligentes e cidades sustentáveis e inteligentes, à luz dos desafios dos ODS. Trata-se de uma pesquisa, baseada em revisão bibliográfica sistemática, de ordem exploratória, cujo tratamento teve natureza qualitativa. Os resultados apontaram que as abordagens conceituais de cidades sustentáveis não se traduzem, necessariamente, em cidades inteligentes. Igualmente, as cidades inteligentes não devem ser consideradas, de forma automática, como cidades sustentáveis. Assim, o termo mais apropriado seria cidades sustentáveis e inteligentes. A partir desta reflexão, sugere-se às partes interessadas, o desenho de políticas públicas mais eficazes voltadas aos desafios coletivos centrados nos ambientes urbanos mais sustentáveis e com os aportes tecnológicos inteligentes.

 

Referências

Abdala, L. N., Schreiner, T., da Costa, E. M., & dos Santos, N. (2014). Como as cidades inteligentes contribuem para o desenvolvimento de cidades sustentáveis? Uma revisão sistemática de literatura. International Journal of Knowledge Engineering and Management, 3(5), 98-120.

Acserald, H., & Mello, C. C. D. A. BEZERRA, G. N. MELLO, Cecília Campello do Amaral. (2009). O que é Justiça Ambiental. Rio de Janeiro: Garamond.

Ahvenniemi, H., Huovila, A., Pinto-Seppä, I., & Airaksinen, M. (2017). What are the differences between sustainable and smart cities? Cities, 60, 234-245.

Al-Nasrawi, S., Adams, C. & El-Zaart, A. (2015). A conceptual multidimensional model for assessing smart sustainable cities. Journal of Information Systems and Technology Management, 12(3), 541-558.

Araújo, A. C. M.; Oliveira, V. M. & Correia, S. E. N. (2021). Consumo sustentável: Evolução temática de 1999 a 2019. Revista de Administração Mackenzie, 22(2), 1–34.

Angelidou, M. (2015). Cidades inteligentes: uma conjuntura de quatro forças. Cidades, 47, 95-106.

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). (2018). ABNT NBR 6023 – Informação e documentação – Referências – Elaboração. (2 ed). Rio de Janeiro.

Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD). (2017). Boas Práticas da Publicação Científica: um manual para autores, revisores, editores e integrantes de Corpos Editoriais. Recuperado em: https://www.mackenzie.br/fileadmin/ARQUIVOS/Public/top/midias_noticias/editora/old/Editora/Revista_Administracao/Boas_Praticas.pdf.

Battarra, R., Gargiulo, C. & Zucaro, F. (2020). Future Possibility of Smart and Sustainable Cities in the Mediterranean Basin. Journal of Urban Planning and Development, 146 (4).

Batty, M., Axhausen, K. W., Giannotti, F., Pozdnoukhov, A., Bazzani, A., Wachowicz, M. & Portugali, Y. (2012). Smart cities of the future. The European Physical Journal Special Topics, 214(1), 481-518.

Berrone, Pascual; et al. (2019). IESE Cities in Motion Index - Business School, Strategic Management, IESE Business School University of Navarra. Recuperado em https://media.iese.edu/research/pdfs/ST-0509-E.pdf.

Bibri, S. E., & Krogstie, J. (2017). Smart sustainable cities of the future: An extensive interdisciplinary literature review. Sustainable cities and society, 31, 183-212.

Bibri, S. E. (2013). ICT for sustainable urban development in the European Information Society: a discursive investigation of energy efficiency technology. School of Culture and Society, Malmö University.

Bouskela, M., Casseb, M., Bassi, S., De Luca, C., Facchina, M., Juan, E. J. & de Desarrollo, B. I. (2016). Caminho para as smart cities: da gestão tradicional para a cidade inteligente. [Monografia do Banco Interamericano de Desenvolvimento]. Brasil.

Brković M. & Sretović Brković V. (2017) Lighting up the Landmarks with Information About the Environment. In: Bisello A., Vettorato D., Stephens R., Elisei P. (eds) Smart and Sustainable Planning for Cities and Regions. SSPCR 2015. Green Energy and Technology. Springer, Cham.

Campeão, Nádia. (2019). Cidades Democráticas. A experiência do PCdoB e da Esquerda em Prefeituras (1985-2018). São Paulo Anita Garibaldi/Fundação Maurício Grabois.

Capdevila, I. & Zarlenga, M. (2015). Smart city or smart citizens? The Barcelona case, Journal of Strategy and Management, 8(3), 266-282.

Castells, M. (2012). A sociedade em rede. Paz e Terra. São Paulo.

Cechin, A. D. & Veiga, J. E. D. (2010). A economia ecológica e evolucionária de Georgescu-Roegen. Brazilian Journal of Political Economy, 30(3), 438-454.

Comum, N. F. (1991). Comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento. FGV. Rio de Janeiro.

Comissão Europeia (CE). (2018). IN-DEPTH REPORT: Indicators for Sustainable Cities. Science for Environment Policy. Recuperado em: http://ec.europa.eu/environment/integration/research/newsalert/pdf/indicators_for_sustainable_cities_IR12_en.pdf.

Creswell, J. W. (2007). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre. Artmed.

D’Auria, A., Tregua, M., & Vallejo-Martos, M. C. (2018). Modern conceptions of cities as smart and sustainable and their commonalities. Sustainability, 10 (8), 2642.

Engel, V. & Almeida, G. G. J. (2017) O papel do capital humano e da inovação tecnológica na perspectiva das cidades sustentáveis. Revista Científica Digital - Comunicação e Turismo, 3(2), 78-112.

Elkington, J. (2001). Canibais com garfo e faca. São Paulo: Makron Books.

Ferreira, T. G. O. (2018). Políticas públicas para o SAG da bovinocultura de corte. [Dissertação Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional]. Escola de Administração e Negócios. Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Campo Grande (MS).

Fiorillo, C. A. P. (2014). Estatuto da Cidade comentado. Lei n. 10.257/2001: Lei do Meio Ambiente Artificial. São Paulo. Saraiva.

Foladori, G. (2000). Ecologia, capital e cultura: racionalidade ambiental, democracia participativa e desenvolvimento sustentável. Revista Ambiente & Sociedade, (6-7), 169-173.

Froehlich, C. (2020). Ações de sustentabilidade com foco ambiental: Um estudo de caso em uma indústria química. Desafio Online, 8 (1).

Fu, Y., & Zhang, X. (2017). Trajectory of urban sustainability concepts: A 35-year bibliometric analysis. Cities, 60, 113-123.

Garau C., Balletto G., Mundula L. (2017) A Critical Reflection on Smart Governance in Italy: Definition and Challenges for a Sustainable Urban Regeneration. In: Bisello A., Vettorato D., Stephens R., Elisei P. (eds) Smart and Sustainable Planning for Cities and Regions. SSPCR 2015. Green Energy and Technology. Springer, Cham.

Garau, C. & Pavan, V. M. (2018). Evaluating urban quality: Indicators and assessment tools for smart sustainable cities. Sustainability, 10 (3), 575.

Gibson, D. V., Kozmetsky, G., & Smilor, R. W. (Eds.). (1992). The technopolis phenomenon: Smart cities, fast systems, global networks. Rowman & Littlefield.

Giezen, Mendel. (2016). Cidades Sustentáveis: Enfrentando os Desafios do Amanhã. The Planning Review, 52 (1), 92-93.

Gil, Antonio Carlos. (2017). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo. Atlas,

Hall, P. (2014). Cities of tomorrow: an intellectual history of urban planning and design since 1880. John Wiley & Sons.

Harrison, C., Eckman, B., Hamilton, R., Hartswick, P., Kalagnanam, J., Paraszczak, J. & Williams, P. (2010). Foundations for smarter cities. IBM Journal of research and development, 54 (4), 1-16.

Hassan, AM, & Lee, H. (2015). O paradoxo da cidade sustentável: definições e exemplos. Meio ambiente, desenvolvimento e sustentabilidade, 17 (6), 1267-1285.

Höjer, M., & Wangel, J. (2015). Smart sustainable cities: definition and challenges. In: ICT innovations for sustainability, 333-349. Springer, Cham.

IESE Cities in Motion Index (CIMI). (2019). IESE Cities in Motion Index (2019). Recuperado de https://media.iese.edu/research/pdfs/ST-0509.pdf

Japiassu, H. (1976). Interdisciplinaridade e patologia do saber. Imago editora.

Junior, C. M., Ribeiro, D. M. N. M., da Silva Pereira, R. & Bazanini, R. (2018). Do Brazilian cities want to become smart or sustainable? Journal of Cleaner Production, 199, 214-221.

Kapitulcionová, D. et al. (2018). Towards integrated sustainability in higher education-Mapping the use of the Accelerator toolset in all dimensions of university practice. Journal of Cleaner Production, 172, 4367-4382.

Komninos, N. (2011). Intelligent cities: Variable geometries of spatial intelligence. Intelligent Buildings International, 3 (3), 172-188.

Kourtit, K. (2017). Towards a sustainable i-city: Intelligent transition management of digital places. Quality Innovation Prosperity, 21 (1), 151-164.

Lefebvre, Henri. (2010). O direito à cidade. São Paulo. Centauro.

Leff, Enrique. (2000). Espacio, lugar y tiempo: la reapropiación social de la naturaleza y la construcción local de la racionalidad ambiental. Revista Desenvolvimento & Meio Ambiente, (1), 57-69.

Leite, C. & Awad, J. D. C. M. (2012). Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Rio de Janeiro. Bookman.

Leznicki, M., & Lewandowska, A. (2016). Contemporary concepts of a city in the context of sustainable development: perspective of humanities and natural sciences. Problemy Ekorozwoju–Problems of Sustainable Development, 11 (2), 45-54.

Lopes, J. C. J. (2007). Resíduos sólidos urbanos: consensos, conflitos e desafios na gestão institucional da Região Metropolitana de Curitiba/PR. [Tese de Doutorado]. Curso de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Universidade Federal do Paraná.

Lopes, R. (1998). A cidade intencional: o planejamento estratégico de cidades. Mauad Editora Ltda.

Marconi, M. D. A. & Lakatos, E. M. (2001). Metodologia do trabalho científico. São Paulo. Atlas.

Marconi, M. D. A. & Lakatos, E. M. (2018) Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisa, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo, Atlas.

Niles, M. T. & Lubell, M. (2012) Integrative frontiers in environmental policy theory and research. Policy Studies Journal, 41-64.

Oktay, D. (2012). Human sustainable urbanism: In pursuit of ecological and social-cultural sustainability. Procedia-Social and Behavioral Sciences, 36, 16-27.

Organização das Nações Unidas (ONU). (2014). World Urbanization Prospects: Revision 2014. Highlights. Recuperado em: http://goo.gl/ZaXUnE.

Organização das Nações Unidas – ONU (2015). 17 Objetivos para Transformar o Nosso Mundo (ODS). 2015. Recuperado em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs

Organização das Nações Unidades (ONU). (2018). Population Facts. Recuperado em: https://population.un.org/wup/Publications/Files/WUP2018-PopFacts_2018-1.pdf.

Rissato, P. H. S. A. Jesus Lopes, J. C. Moura-Leite, R. C. de Carvalho Figueiredo, J., Binotto, E., & da Silva, F. F. (2018). A análise das práticas de coleta seletiva, no âmbito das universidades federais Brasileiras. Ciência e Natura, (40), 68-89.

Ruediger, M. A. & Jannuzzi, P. M. (2018). Políticas públicas para o desenvolvimento sustentável [recurso eletrônico]: dos mínimos sociais dos objetivos de desenvolvimento do milênio à agenda multissetorial e integrada de desenvolvimento sustentável/Coordenação.

Saadah, M. (2021, March). Artificial Intelligence for Smart Governance; towards Jambi Smart City. In IOP Conference Series: Earth and Environmental Science, 717 (1), 012030.

Sachs, Ygnacy. (2002). Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro. Garamond.

Salkuti, Surender Reddy. (2021). Smart cities: Understanding policies, standards, applications, and case studies. International Journal of Electrical and Computer Engineering (IJECE), 11(4), 3137-3144.

Santos, L. I. V. S, Freitas, W. R. S., Mello, M. M. M., Teixeira, A. D. & Caldeira-Oliveira, J. H. (2021). O papel da cultura organizacional para o desenvolvimento da sustentabilidade: O caso de um campus universitário brasileiro. Desafio Online, 9 (2), 212-239.

Saracco, R. (2012). Leveraging technology evolution for better and sustainable cities. Elektrotehniski Vestnik, 79 (5), 255.

Secchi, L., Coelho, F. & Pires, V. (2019). Políticas públicas: conceitos, casos práticos, questões de concursos. Políticas Públicas: conceitos, casos práticos, questões de concursos, 3.

Seyfang, G. (2006). Ecological citizenship and sustainable consumption: Examining local organic food networks. Journal of rural studies, 22 (4), 383-395.

Singer, P., & Justo, M. G. (2017). Urbanização e desenvolvimento. Autêntica.

Soares, S. V., Picolli, I. R. A., & Casagrande, J. L. (2018). Pesquisa bibliográfica, pesquisa bibliométrica, artigo de revisão e ensaio teórico em administração e contabilidade. Administração: ensino e pesquisa, 19 (2), p. 1-19.

Souza Andrade, G. A. de, Fagundes, M. B. B., & Sauer, L. (2018). Como mensurar o desenvolvimento local de um município? Uma abordagem a partir das propriedades dos indicadores. Desafio Online, 6 (3), 517-538.

Štrbíková, D., Vdolečková, E., & Vitková, Ľ. (2020). Industry as a Determining Factor of Sustainable Development of Settlements by the Danube. In IOP Conference Series: Materials Science and Engineering, 960 (3), 032053.

Tanguay, G. A., Rajaonson, J., Lefebvre, J. F., & Lanoie, P. (2010). Measuring the sustainability of cities: An analysis of the use of local indicators. Ecological Indicators, 10 (2), 407-418.

Trindade, E. P., Hinnig, M. P. F., Moreira da Costa, E., Marques, J. S., Bastos, R. C. & Yigitcanlar, T. (2017). Sustainable development of smart cities: A systematic review of the literature. Journal of Open Innovation: Technology, Market, and Complexity, 3 (3), 11.

Tu Wien. (2015). European Smart Cities 4.0. Vienna University of Technology (Org). Recuperado em: http://www.smart-cities.eu/?cid=01&ver=4.

UN-HABITAT. (2018). Nova Agenda Urbana. 2018. Recuperado em: http://habitat3.org/wp-content/uploads/NUA-Portuguese-Brazil.pdf.

_____. (2016). Nova Agenda Urbana. Declaração de quitos sobre cidades e aglomerados urbanos sustentáveis para todos. Recuperado em: http://uploads.habitat3.org/hb3/NUA-Portuguese.pdf.

Veiga, J. E. D. (2020). Saúde e sustentabilidade. Estudos Avançados, 34 (99), 303-310.

Vida, Emanuelle Teixeira (2020). Cidades Sustentáveis e Inteligentes: Um olhar sobre a condição da cidade de Campo Grande (MS). [Dissertação de Mestrado]. Programa de Mestrado Profissional em Eficiência Energética e Sustentabilidade. Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Campo Grande (MS).

Vida, E.; Jesus-Lopes, J. C (2018). Cidades Inteligentes e Sustentáveis: Uma análise sistemática da produção científica recente. Anais... XX ENGEMA. Universidade de São Paulo (USP/SP). São Paulo.

Vida, Emanuelle; Jesus-Lopes, José Carlos de. (2020) Cidades Sustentáveis e Inteligentes: Uma análise sistemática da produção científica recente. Revista E-Locução, 17 (9), 193-213.

Villagra, E. C., & Campos, M. P. (2019). Avances de los Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS) en las Universidades: Caso UNAN-Managua. Revista Compromiso Social, (2), 25-34.

Weiss, M. C. (2016). Cidades Inteligentes: proposição de um modelo avaliativo de prontidão das tecnologias da informação e comunicação aplicáveis à gestão das cidades. [Dissertação de Doutorado], Centro Universitário FEI, São Paulo, SP.

Zhang, Y., Geng, P., Sivaparthipan, C. B. & Muthu, B. A. (2021). Big data and artificial intelligence based early risk warning system of fire hazard for smart cities. Sustainable Energy Technologies and Assessments, 45, 100986.

Publicado
2021-07-14
Seção
Artigos